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Foto do escritorSilvio Bianchi

MEU SAPATO JÁ FUROU... MINHA ROUPA JÁ RASGOU...

Atualizado: 20 de fev. de 2020

Estas são as primeiras estrofes do samba imortalizado por Clara Nunes e que fazem total sentido com o tema que desenvolveremos hoje: se alguma coisa quebrar, parar de funcionar ou precisar de uma manutenção, será necessário correr para comprar uma nova?


Esta é uma dúvida que muitos clientes apresentam e, às vezes, a resposta parece ser bastante óbvia.


Durante uma sessão de coaching financeiro, uma cliente reclamou de que “precisava trocar de carro” (trocar seu carro antigo pelo mesmo modelo, mas do ano atual), mas não tinha dinheiro para pagar a nova parcela junto com as despesas geradas pela venda do carro antigo e compra do novo. Porém, o “carro velho” somente tinha 2 anos de uso (comprado zero) e com 40.000 km rodados.


Por que pensou em trocar de carro? Porque deveria fazer a revisão dos 40.000km e trocar os 4 pneus! Ao ouvir minha cliente fazer essa pergunta, imediatamente o samba da Clara Nunes começou a tocar na minha cabeça!


Mas o que isso tem de errado se ao trocar de carro deixaria de gastar em torno de R$2.000,00 (dois mil Reais)? Nas contas dela, ao trocar de carro estaria “ganhando” esse valor!



Contabilidade mental ou contas de cabeça?


Peter L Bersntein (1919-2009) associou este tipo de escolhas incoerentes à contabilidade mental.


Por que minha cliente estava sendo incoerente? Desde o ponto de vista econômico, a diferença de valor a pagar entre seu carro atual e o novo modelo seria muito superior aos R$2.000,00 a serem pagos pela revisão e os pneus novos. Isso é uma incoerência!


Será que ela tinha dificuldades para raciocinar? Claro que não! Somente que ela colocou em “caixas” diferentes o custo pela compra de um caro novo (uma caixa) e os custos pela revisão e os pneus novos (outra “caixa”). O que ela não fez foi comparar essas caixas!


Esta é a base da “contabilidade mental”. Nossa cabeça cria categorias (caixas), faz as contas direitinho, mas não compara os resultados ou, o que às vezes é pior, fica com o resultado que deseja. Se ela tivesse a disponibilidade de dinheiro, teria trocado de carro para “deixar de gastar” na revisão e os pneus novos!



E para melhorar minha situação... eu fiz promessa para São Luís Durão!


Além da promessa, vale a pena seguir estas recomendações antes de sair comprando:

- Questione-se: eu preciso disso? É muito importante avaliar “com a cabeça fria” a verdadeira necessidade dessa compra. Para reforçar, vale fazer uma segunda pergunta: realmente preciso disso?


- Questione-se: cabe no meu orçamento? Lógico que para poder responder esta pergunta você deve ter um orçamento. Dica: para uma primeira aproximação, se não tem um orçamento mensal, pegue papel e lápis e faça uma conta simples:


- Quanto recebi, líquido, este mês (depois de todos os descontos)

  • Menos: total da fatura do cartão ou dos cartões;

  • Menos: parcelas da casa, carro, mensalidade escolar, carnês, plano se saúde, IPVA, IPTU, etc;

  • Menos: despesas básicas (alimentação, transporte, água, luz, gás, condomínio, aluguel);

  • Menos: despesas com lazer, presentes, comidas fora de casa, etc;

  • Menos: reserva para imprevistos (você guarda um dinheiro, todos os meses, para aquelas despesas que aparecem em momentos inoportunos, certo?)

O saldo do mês é positivo? E nos próximos meses, também será positivo?


- Questione-se: vai comprar à vista ou parcelado? As respostas às perguntas anteriores serão de grande ajuda!


- Pesquise preços!O mesmo produto pode ser vendido por valores diferentes, dependendo da loja. Se tiver bastante cuidado, faça a pesquisa para comprar online. Tem muita loja pirata, mas também existem boas.


- Questione-se:preciso comprar novo ou posso consertar o que tenho? É melhor do que dizer: cuidado com a contabilidade mental.


- Após comparar preços, também pesquise a qualidade dos diferentes produtos e procure aquela opção onde o preço e a qualidade se equilibram.



Mas quando a minha vida melhorar... Eu vou zombar de quem sorriu de mim!


No BEM Financeiro, pretendemos que a vida das pessoas melhore sempre, e “pra vida melhorar” não tem nada melhor que saber o que se quer, conhecer o que se tem (quais são seus recursos) e fazer um plano para alcançar aquilo que deseja.


Para viver BEM, o importante não é ganhar muito (lógico que quanto maior forem os rendimentos, melhor...), mas que os gastos sejam menores aos rendimentos e que se poupe a diferença. Agindo assim, consuma feliz!


--- Silvio Bianchi é Pós-graduado em Educação e Coaching Financeiro, Master Coach, Coach Financeiro, Treinador e Palestrante. Cofundador de Bem Financeiro – Desenvolvimento em Finanças, é responsável pelo escritório de São José dos Campos.

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