É sabido que nossa forma de ser e agir interfere diretamente nas finanças. Nossos comportamentos são consequências dos modelos que internalizamos, das experiências e referencias que tivemos. Porém, mesmo tendo o conhecimento da história familiar ou outras vivencias em relação à administração do dinheiro, muitas vezes não estamos agindo em direção ao que queremos conquistar. Se isto não estiver acontecendo é porque provavelmente não está alinhado o conhecimento (racional) com a compreensão do significado (emocional). E desta forma não é possível ser assertivo com suas finanças.
Ser assertivo é ter um comportamento de acordo com sua posição ou opinião, independe de estar certo ou errado, desde que seja coerente com seu objetivo. E saber agir de forma assertiva requer uma dose de autoconhecimento.
Então vamos analisar alguns pontos sobre o comportamento assertivo.
Consideramos que cada pessoa faz escolhas na forma de lidar com seu dinheiro. Há pessoas que querem usar para viajar, outras para ter uma casa na praia ou no campo. Alguns querem a casa própria, outros preferem morar de aluguel e investir o dinheiro. Há pessoas que investem mais ou gastam mais. Mas sempre envolverá escolhas que estão relacionadas ao que se acredita da vida, de como seguir e agir, aos valores, autoconceito e autoimagem, de como se vê e como reconhece suas necessidades.
Porém, nem sempre os motivos para nossas escolhas e ações estão claros e, caso seja assim, poderá estar “reagindo” onde deveria agir. Será que você está consciente de suas escolhas e a forma como realiza a administração de seu dinheiro?
Coloco aqui alguns comportamentos que levam as pessoas a não serem assertivas com suas finanças:
1. Passividade = ser receoso, deixando de assumir seu papel e responsabilidade, se acomodando e muitas vezes deixando que outras pessoas direcionem suas escolhas e decisões;
2. Agressividade = vai atrás de oportunidades, tem muitas atitudes, mas não sabendo administrar, não pensa muito no futuro e tem a necessidade de agir no presente e em satisfazer seus desejos imediatos;
3. Impulsividade = não pensando muito nas consequências, é imediatista e coloca seu prazer momentâneo em primeiro lugar e
4. Compulsividade = sente a necessidade de comprar sem análise e em busca de satisfação.
Para gerar mudanças é necessário refletir sobre:
1. O que o motiva a agir de determinada forma?
2. Como lida com o presente, futuro e o passado?
3. Como lida com as frustrações?
4. Tem atitudes de impulso ou compulsão?
5. Tem disciplina para suas ações?
6. Como avalia seus resultados?
Dar atenção e perceber suas condutas é se apropriar, tornar-se responsável e estar no controle das finanças. E para isso, é necessário reconhecer como a forma de agir está interferindo nos resultados financeiros. Se for preciso, busque auxílio para identificar quais as mudanças necessárias para a realização de seus propósitos. Isso contribuirá para fortalecer a autoconfiança e autoestima.
Ser assertivo é identificar valores internos, reconhecer as habilidades, se permitir reavaliar escolhas e buscar novas condutas. Porque nós “produzimos” dinheiro e não “ganhamos”.
Reflita e verifique o que precisa alterar nos seus comportamentos para ter maior assertividade na sua vida financeira. Não desperdice tempo com coisas que não são importantes para você. O autoconhecimento será fundamental para novas ações e realizações. Assuma o controle de sua vida e alcance a liberdade financeira. Se precisar, estamos à sua disposição para ajudar na nova jornada.
Denise Tolotti (CRP 06/36333), psicóloga clínica e neuropsicóloga. Pós-graduada em psicossomática e terapeuta Brainspotting. Especialista em atendimento emergencial, prevenção e cuidados do estresse pós-traumático. Experiência com quadros de transtornos psiquiátricos, TDHA, ansiedade, depressão e luto. Realiza laudos e acompanhamentos para cirurgias. Voluntária na ASTOCst e psicóloga colaboradora no PROVE-UNIFESP.
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